terça-feira, 13 de junho de 2006
Checos sem piedade...
O resultado mais expressivo, até agora verificado no Mundial Alemanha2006, foi esta tarde construído em Gelsenkirchen por uma equipa checa que deixou bem a ideia de reunir todos os argumentos para ir bem longe no evento.
Com uma exibição se não brilhante mas pelo menos plena de eficácia, a República Checa bateu os Estados Unidos por 3-0 na partida inaugural do Grupo E com 2-0 ao intervalo.
Com uma mescla de veterania e juventude, mas onde o talento sobressai, os checos não deram qualquer hipótese aos norte-americanos que tudo tentaram para evitar a pesada derrota mas que não encontraram o caminho que pudesse superar o adversário.
A República Checa, onde entre outros veteranos ainda vamos encontrar o nosso bem conhecido Poborsky (jogou durante 82 minutos), revela-se uma equipa muito forte em todos os sectores, um sector defensivo intransponível, uma intermediária deveras sólida e compacta com os olhos postos em ganhar espaço para servir o seu homem mais adiantado – Koller, até se lesionar, e depois Lokvenc.
Uma selecção que não cometeu erros e que abriu o activo muito cedo posto que aos 5 minutos de jogo decorridos já Koller subia bem e batia o guardião Keller.
As tentativas norte-americanas «morriam» por norma no sector mais recuado checo, vindo ao de cima o talento do meio-campo checo.
Aos 35 minutos a República Checa chegava aos 2-0, com um golo que decerto passa a figurar na vitrina de honra deste Mundial. Rosicky, aí a uns vinte e cinco metros da baliza, e em posição frontal, desferiu um remate tremendo, fazendo a bola entrar na baliza norte-americana bem junto ao poste.
Na segunda parte Bruce Arena, o técnico dos Estados Unidos, alterou o sistema táctico da sua equipa, passou a jogar com apenas tres centrais e colocou mais gente no último terço do relvado. Era o desespero face à necessidade dos norte-americanos reduzirem a desvantagem o que não aconteceu muito por mérito dos adversários.
O que aconteceu foi o 3-0, a culminar um dos melhores lances da partida. Uma triangulação efectuada dentro do meio campo dos Estados Unidos por parte do excelente Nedved e seus pares, lançamento em profundidade para Rosicky que se isola e remata com o pé esquerdo sem hipóteses de defesa para Keller.
O técnico Karel Brückner, uma das «velhas raposas» do actual futebol europeu, muito discreto no «banco» de trabalho, fez a primeira «vítima» e, pelo se viu, os estragos não irão ficar por aqui. É uma questão de se aguardar por uns dias e que as lesões não subsistam como hoje sucedeu muito por acção dos norte-americanos que «deram» durinho...
Ficha do Jogo
Ao intervalo: 0-2.
Marcadores: 0-1, Jan Koller, 5 m. 0-2, Tomas Rosicky, 35. 0-3, Tomas Rosicky, 75.
Equipas:
ESTADOS UNIDOS - Kasey Keller, Steve Cherundolo (John O´Brien, 46), Oguchi Onyewu, Eddie Pope, Eddie Lewis, Claudio Reyna, Bobby Convey, Pablo Mastroeni (Eddie Johnson, 46), Landon Donovan, Da Marcus Beasley e Brian McBride (Josh Wolff, 78).
REPÚBLICA CHECA - Petr Cech, Zdenek Grygera, David Rozehnal, Tomas Ujfalusi, Marek Jankulovski, Tomas Galasek, Karel Poborsky (Jan Polak, 82), Tomas Rosicky (Jiri Stajner, 86), Pavel Nedved, Jaroslav Plasil e Jan Koller (Vratislav Lokvenk, 45).
Árbitro: Carlos Amarilla (Paraguai).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Oguchi Onyewu (5), David Rozehnal (16), Vratislav Lokvenk (59), Claudio Reyna (60), Tomas Rosicky (81) e Zdenek Grygera (88).
Assistência: cerca de 50.000 espectadores.
Melhor em Campo : Rosicky (Rep. Checa)
Fonte : A Bola