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Rui Costa voltou a falar, na noite desta quinta-feira, como jogador do Benfica. Após 12 anos no futebol italiano, o médio está de regresso aos relvados portugueses e ao clube do seu coração. «Concretizo o sonho de voltar a casa mas não sou um salvador. Serei mais um do plantel», esclareceu.

«Não me levem a mal se começar a minha apresentação no Benfica com um agradecimento a Itália, pelos 12 anos que passei no campeonato daquele país. Quero agradecer às duas cidades por onde passei, Florença e Milão, e agradecer ao Milan, pois foi o clube que me permitiu concretizar este sonho, nomeadamente ao sr. Galliani, que compreendeu o meu desejo de voltar ao Benfica, de voltar a casa e terminar a minha carreira no clube do meu coração», começou por referir.

Rui Costa não escondeu a alegria por estar de regresso à casa onde cresceu como jogador e como homem, sentimento que quer ver alargado à massa associativa «encarnada»: «Mais do que nervoso estou emocionado, contente e muito satisfeito. Espero estar a dar uma boa alegria a todos os benfiquistas. Estou aqui de coração aberto, pois sempre senti que esta é a minha casa, e ainda sinto que posso continuar a contribuir. Agradeço ao presidente por continuar a acreditar em mim e por pensar que posso ser uma mais-valia para este clube».

Não obstante ter estado longe do clube do coração durante 12 longos anos, Rui Costa esclarece que nunca deixou de ser benfiquista, assumindo mesmo que sentiu sempre «fazer parte de todos os adeptos» do emblema da águia: «O facto de ter saído do Benfica há 12 anos não quer dizer que tivesse deixado de ser deste clube. Representei os dois clubes [Fiorentina e AC Milan] com o mesmo profissionalismo que representei o Benfica, mas nunca escondi que este era o meu clube. Foi aqui que nasci, foi aqui que cresci, foi este o clube que me formou, e, portanto, era natural que a cada jogo do Benfica sentisse que fazia parte de todos os adeptos deste clube».

Apontado defeso após defeso como possível reforço do clube «encarnado», certo é que os anos foram passando e o regresso não se concretizava. Nunca por questões financeiras, esclarece Rui Costa: «O dinheiro nunca deixa de ser importante, mas há prioridades e a minha era jogar no Benfica; queria também pagar a dívida do grande amor que este clube me deu. Nunca quis regressar por razões económicas, nem hoje nem nunca. Dizia-se muitas vezes que não regressava ao Benfica porque ganhava muito dinheiro, mas nunca foi esse o caso. O que se passou foi que as transferências custavam um pouco mais do que se pensava, mas nunca cheguei a negociar um contrato. Nem mesmo hoje, que já sou jogador do Benfica», revelou.

Rui Costa recusa assumir o epíteto de «salvador» e, fazendo uso de discurso humilde, esclarece que chega ao Estádio da Luz para «ser mais um do plantel que tudo fará para conquistar um lugar». «Neste clube é difícil pensar em não ganhar e, portanto, vou fazer tudo para ajudar este clube a conseguir vencer. Entro nesta casa hoje com a mesma vontade de jogar futebol e com a mesma alegria e paixão pelo clube que tinha há doze anos atrás. Tudo darei a este clube e, embora se fale muito da minha idade, jamais regressaria se sentisse que não estava em condições para o fazer. Nunca me senti um salvador e não o serei aqui também. Serei mais um jogador do plantel do Benfica que tudo fará para conquistar um lugar e para conquistar as vitórias para o clube», assegurou, frisando que o seu regresso será um «desafio» que acredita poder vencer.

«Sabendo que as pessoas desta casa têm muito carinho por mim, seria mais cómodo não arriscar este passo, e se arrisco faço-o com a certeza que posso contribuir para o sucesso deste clube. É uma escolha de paixão mas também de profissionalismo, porque se fosse só de paixão ficaria nas bancadas a torcer pelo Benfica. Sinto-me em condições de ajudar dentro de campo e serei sempre um profissional enquanto cá estiver», frisou.