segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006
Benfica vence «clássico» e relança-se na luta pelo título
Depois da grande noite europeia frente ao Liverpool, foi agora a vez do FC Porto sair derrotado do Estádio da Luz. O Benfica venceu o «clássico» com um golo de Laurent Robert, na transformação de um livre directo, reduziu para cincos pontos a diferença em relação ao líder e relançou-se, assim, na corrida ao título.
A primeira parte do «clássico» da Luz ficou marcada por um futebol muito disputado no «miolo» do terreno. As marcações foram «cerradas» de parte a parte, não sendo por isso de estranhar que o árbitro João Ferreira tenha sido forçado a apitar por diversas vezes, para assinalar as muitas faltas cometidas pelas duas equipas.
Num jogo muito musculado, o Benfica conseguiu ter mais tempo a bola em seu poder e, depois de minutos iniciais disputados taco-a-taco, os «encarnados», obrigados a vencer para manterem viva a esperança de renovar o título, chamaram a si o domínio das «operações». Com Karagounis a «pautar» o jogo no centro do terreno, os pupilos de Ronald Koeman começaram a acercar-se com perigo do último reduto do FC Porto e acabaram por chegar ao golo, num lance de bola parada. Decorria o minuto 39 quando Laurent Robert fez jus ao epíteto de «pontapé canhão», e a uns bons 40 metros da baliza desferiu uma autêntica «bomba», a bola ganhou efeito caprichoso e enganou Vítor Baía, que, não obstante a velocidade do esférico, parece ter sido mal batido.
Em vantagem no marcador, os «encarnados» galvanizaram-se e empurrados por cerca de 55 mil fervorosos adeptos poderiam ter chegado ao segundo golo, se Nuno Gomes, apenas com Vítor Baía pela frente, tivesse batido bem na bola, após excelente desmarcação de Simão.
O melhor que o FC Porto logrou fazer nos 45 minutos iniciais foi um remate com algum perigo de Quaresma, já perto do «cair do pano», e na sequência de uma iniciativa individual do extremo dos «dragões».
A etapa complementar trouxe um FC Porto com outra atitude, bem mais inconformada e menos expectante em comparação com a que havia sido evidenciada na primeira metade. O Benfica, perante um adversário apostado em chegar ao golo do empate, viu-se remetido a tarefas mais defensivas.
Co Adriaanse lançou então Lisandro e Jorginho para os lugares de Raúl Meireles e Ivanildo, ao que respondeu Ronald Koeman com as entradas de Marco Ferreira e Beto, que renderam Laurent Robert e Karagounis. O técnico holandês do FC Porto colocou ainda em campo Hugo Almeida, apostando o tudo por tudo no ataque.
O jogo ficou então mais aberto e sucederam-se os lances de perigo nas duas balizas, sem que no entanto o marcador voltasse a sofrer qualquer alteração, valendo assim o tento solitário de Laurent Robert, que permitiu ao Benfica somar os três desejados pontos.
Ronald Koeman disse então na sala de imprensa : «Relançámos a luta pelo título e julgo que o fizemos com justiça. Tivemos controlo de jogo, marcámos um golo e ainda tivemos uma grande oportunidade, por intermédio de Nuno Gomes. Na segunda parte, controlámos a partida e no contra-ataque poderíamos ter marcado. Coloquei o Karagounis de início porque era necessário termos mais jogo ofensivo e um melhor toque de bola. Conseguimos tal intento».
Já o avançado Nuno Gomes, que lutou muito entre os defesas portistas, falhando uma oportunidade clarissima de golo logo após o golo de Robert afirmou :
«Esta é uma vitória justa e julgo que na segunda parte podíamos ter aumentado a vantagem. Precisávamos dos três pontos e conseguimos. Iremos lutar até que as forças se esgotem pelas três competições em que nos mantemos. Estamos orgulhosos por representarmos bem este emblema. O campeonato ganhou com a nossa vitória e só espero que continuemos a praticar bom futebol».
Co Adriaanse aceita derrota
«A responsabilidade é minha»
Após a vitória do Benfica no «clássico» frente ao FC Porto, Vítor Baía reconheceu as suas culpas no golo sofrido, que acabou por determinar o vencedor do jogo, durante o flash interview. «Não era este o resultado de que estávamos à espera, não tivemos ao nível que temos estado nos últimos jogos. Na segunda parte tivemos melhor do que na primeira, mas infelizmente não conseguimos marcar qualquer golo», disse Vítor Baía.
No lance do golo, e apesar do efeito que a bola levava, o internacional português reconheceu que poderia ter feito melhor: «Assumo a minha parte das responsabilidades. Aquilo parecia que tinha um controlo remoto, mas a responsabilidade é minha».
Ficha de Jogo
Estádio da Luz, Lisboa
Espectadores: 57.747
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
BENFICA: Moretto; Alcides, Luisão, Anderson e Léo; Petit, Manuel Fernandes e Karagounis (Beto, 76m); Simão, Nuno Gomes (Ricardo Rocha, 91m) e Laurent Robert (Marco Ferreira, 74m).
SUPLENTES: Quim, Nélson, Manduca e Marcel.
FC PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel; Lucho, Paulo Asssunção e Raúl Meireles (Lisandro, 71m); Ivanildo (Jorginho, 71m), McCarthy, Adriano e Quaresma (Hugo Almeida, 80m).
SUPLENTES: Paulo Ribeiro, Ricardo Costa, Bruno Alves e Ibson.
Ao intervalo: 1-0
Disciplina: Amarelo a Quaresma (25m), McCarthy (51m), Pedro Emanuel (57m), Simão (70m), Petit (73m) e Paulo Assunção (77m).
Marcadores: Laurent Robert (39m).
Resultado final: 1-0.
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