<BLOG DO VALENTE: Open da Austrália: À espera que Baghdatis faça história

sábado, 28 de janeiro de 2006

Open da Austrália: À espera que Baghdatis faça história



No íntimo, todos esperam o “milagre” de ver o jovem cipriota Marcos Baghdatis vencer a final de amanhã do torneio australiano, que abriu o Grand Slam esta temporada, frente ao colosso suíço que é Roger Federer, nº1 mundial, primeiríssimo favorito da prova. E serão vários os motivos. Ninguém conhecia Baghdatis, para além dos especialistas na matéria e, mesmo assim, só os mais atentos, por, como júnior, haver ganho alguns torneios e ser considerado o melhor do mundo da categoria.

O jovem tenista, 20 anos, apareceu no torneio favorito a coisa nenhuma, como mais um, por ter de haver um número determinado de participantes. Como seria de esperar, quase anónimo, não foi procurado pelos jornalistas, as câmaras de televisão passaram por ele sem o ver. Ao chegar aos oitavos-de-final, traçaram-lhe o destino, isto é, presa fácil para o categorizado norte-americano Andy Roddick, um dos melhores do mundo dos “grandes” e hipotético vencedor. Era mentira, como se sabe.

A seguir veio Ivan Ljuicic, outro dos consagrados e provável finalista, pelo menos, que caiu também, incapaz de resistir às raquetadas do cipriota. A comunicação social arregalou os olhos incrédula e ainda não convencida. No horizonte estava David Nalbandian, de créditos firmados e, também ele, provável vencedor. Era quase uma questão de lógica a vitória do argentino, muitíssimo mais experiente, mais forte; por outro lado, a “desfaçatez” e “sorte” do cipriota, não podia durar tanto, teria de ir-se abaixo. Era esperar para ver até onde chegava Baghdatis, sempre com um grande ponto de interrogação sobre as suas reais capacidades. Nalbandian, contra todas, ou quase todas, as expectativas perdeu.

Baghdatis está na final, provavelmente perderá frente a Federer, mas a maioria quererá que não seja assim, por ser mais fraco, mais jovem, menos experiente, irreverente e humilde em simultâneo, por nos representar, à maioria, melhor, e por todos gostarmos de ver o trambolhão de um ídolo, mesmo que não tenha os pés de barro, como é o caso.

Fonte : O Jogo

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