BLOG DO VALENTE

A 15ª jornada da Liga voltou a ter um doce sabor para os benfiquistas. Foram 53 mil aqueles que quase encheram a Luz (novo recorde nesta edição da prova) e que puderam festejar o 11º golo de Nuno Gomes no campeonato. O Benfica sofreu muito para chegar à vitória, diante de um Nacional demasiadamente defensivo, mas valeu o esforço e a garra dos seus jogadores para carimbar o terceiro triunfo consecutivo (todos por 1-0) na Liga. Sem esquecer, pelo meio, o histórico 2-1 ao Manchester United...

Início prometedor

Incentivado por três vitórias consecutivas e por 53 mil adeptos, o Benfica apresentou-se em campo com suficientes motivos para arrancar para uma grande exibição. Actuando com um sistema um tanto diferente do habitual, a turma da Luz voltou a contar com Miccoli no eixo do ataque, sendo o italiano apoiado por Nuno Gomes e cabendo a Nélson e Geovanni preencherem os corredores do ataque “encarnado”. No entanto, tal alteração anteriormente referida prendeu-se com a liberdade de movimentos concedida a Nélson e Geovanni. Foi evidente a forma como ambos trocaram de posições, aventurando-se mesmo, a espaços, em zonas mais interiores do campo.

Tais movimentações iludiram os insulares durante algum tempo, sendo prova disso mesmo as duas situações em que, no segundo minuto de jogo, Diego teve de aplicar-se para suster remates de Miccoli e Petit. Pouco depois foi a vez de Nuno Gomes combinar com Geovanni, na zona central, e de o brasileiro isolar Miccoli que, no entanto, rematou um pouco ao lado. O Benfica dava mostras de querer resolver cedo a partida, perante um Nacional que, abdicando de Alexandre Goulart, tinha apenas em Anic o elemento mais avançado e quase sempre isolado.

Maldito pragmatismo

No entanto, com o passar dos minutos, foi evidente a forma como o “feio” estilo de jogo do Nacional foi conseguindo impor-se ao futebol mais tecnicista dos “encarnados”. Sem terem qualquer problema em aliviarem a bola para a frente, os madeirenses concentraram-se antes em marcarem os elementos que mais desequilibram no campeão nacional. Ávalos, Cardoso, Cléber e Chainho foram, então, uns autênticos heróis nesse aspecto, colocando em prática todo o pragmatismo que Manuel Machado preparou como estratégia para esta partida.

Aos poucos, tal forma de adormecer o jogo começou a dar frutos, já que o Nacional foi, de quando em vez, aproximando-se da baliza de Quim, dando mostras que o segundo lugar no campeonato não é obra do acaso. Aos 25’, a Luz chegou mesmo a assustar-se quando Alonso fez a bola rasar a barra na marcação de um livre directo. Daí até ao intervalo, nada de mais interessante aconteceu, o que foi deixando um clima de ansiedade na Luz, apesar de todo o apoio prestado à turma benfiquista.

O Benfica voltou a entrar melhor na segunda parte, perante um Nacional que estacionou, literalmente, o autocarro em frente da sua baliza. Koeman deu claras indicações para que os seus pupilos chegassem ao golo o mais cedo possível e foi isso que os mesmos tentarem colocar em prática, através de rápidas trocas de bola nos flancos e tabelinhas à entrada da área. No entanto, e quando todos já se tinham esquecido da última vez em que os madeirenses tinham chegado à baliza de Quim, eis que o Nacional desenvolveu um venenoso contra-ataque pela esquerda, surgindo com cinco homens contra apenas três do Benfica. Miguelito ganhou a linha e cruzou atrasado para o estoiro de Nuno Viveiros à barra. Estava dado o mote para um Nacional mais afoito no ataque...

Futebol a sério

Assim, na última meia-hora de jogo pôde-se assistir, enfim, a futebol a sério na Luz, com um Benfica muito rematador, contrariado por um Nacional que, aos 68’, voltou a assustar Quim. Valeu a defesa do guardião após cabeceamento de Goulart, acabado de entrar. Tratava-se da fase mais emocionante do encontro, já com Mantorras e Nuno Assis em campo (saindo Miccoli e Nélson). Foi mesmo sobre o angolano que foi cometida a falta que deu origem ao momento do jogo: Petit apontou o livre contra a barreira e à segunda fez um balão para a área, onde Luisão ganhou nas alturas ao guarda-redes madeirense e disso mesmo se aproveitou Nuno Gomes que estoirou para o fundo das redes. Corria o minuto 71’ e foi então que o jogo se abriu completamente, com o Nacional em busca do empate e o Benfica à espreita do segundo, mas sempre com muita atenção na defesa.

Nos últimos 10 minutos os “encarnados” estiveram quase a marcar num remate de Mantorras e posterior recarga de Léo, valendo ao Nacional as duas boas defesas do guardião internacional suíço. Depois, já no dealbar da partida, foi Quim a defender com os pés um remate de Nuno Viveiros, realizado ao segundo poste. O jogo de todas as emoções não terminaria sem a expulsão de Alcides (segundo amarelo), o que poderá obrigar ao recuo de Nélson ao seu lugar de origem no jogo de Setúbal, referente à próxima jornada